O caminho mais rápido para derrubar governos é acusá-los de corruptos. Mesmo os que se dizem honestos, quando vão para o poder, não conseguem se desvencilhar dos tentáculos de máfias que se instalam constantemente em torno do poder, de congressistas corruptos aptos em violar a virgindade moralizante de recém-eleitos, de magistrados que com suas sentenças provocam crises para chantagear o governo eleito, desmoralizando por completo o discurso renovador cristão com que deu esperança aos cidadãos na campanha eleitoral que, influenciados pelo noticiário, serão levados a crer que só vigora a roubalheira na política. Fazendo crer aos manifestantes apartidários que bastaria tirar o partido do poder para o problema ficar resolvido. Enganam-se todos pois quem costuma centrar o seu discurso no combate implacável à corrupção, em geral, pode ser facilmente identificável em suas corruptas práticas cotidianas, os chamados pequenos delitos que definem o mau cidadão. Como o que reclama da alta carga tributária e sonega imposto em proporções cavalares, mas nem por isso se priva de sermões moralistas e mentirosos. O sermão complementa perfeitamente a imagem de santo que se pretende vender. Para que assim, quando chegar a vez do santo de pau oco, o caminho esteja livre para roubar o quanto quiser.
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