Antigamente, a preocupação era de que o Carnaval fosse brincado desde que mantivesse a moral e os bons costumes, já que a hipocrisia se constituía no inimigo a ser vencido, ao menos nesse período.
À procura de mais alegria, afundamo-nos nas drogas e nas bebidas sob o pretexto de que tudo é Carnaval e, se nada desse certo, tudo acabava na quarta-feira de Cinzas.
A boa moral voltou sob o pretexto de manter a Cidade Maravilhosa limpa e os logradouros públicos higienizados, a salvo do xixi que grassa à solta de marmanjos perus com incontinência urinária. Dizem que é a danada da cerveja que põe os homens a desembainhar suas espadas em qualquer canto, norteados pelo seu coração vagabundo. A coitada da mulher é que não tem por onde enfiar seu instrumento multiuso e acaba por lambuzar o que o homem já emporcalhou.
Mas parece que a população aumentou com todo mundo saindo de casa para ver qual é a graça que está rolando na perereca da vizinha e o meio ambiente no Carnaval se transformou num mictório público. Numa cascata fedida vertida de pirocas de todo tamanho. Não sabendo ao certo se escandalizamos com os diversos padrões de pau ou com o odor que ofende nosso paladar, como se em nossa vida particular fosse tudo limpinho.
Daí, ter tudo a ver cantarmos a marchinha vencedora do concurso de músicas de Carnaval do Rio de Janeiro de 2014, “Cadê a viga?”, de Cassio e Rita Tucunduva: “Senhor Prefeito / Não é intriga / Aonde foi que enfiaram aquela viga?”.
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