O delator principal Paulo Roberto Costa disse que já estava enojado com o esquema de corrupção da Petrobras. Declarou-se arrependido de ter participado de tantas fraudes – não mencionou os 13 imóveis que comprou no Rio de Janeiro nos últimos 5 anos. Foi quando sua família, durante os seis meses em que foi encarcerado, teria trazido sossego à sua alma ao intervir: “Por que só você? E os outros? Você vai pagar sozinho?”. A mesma família que constituía uma quadrilha, com sua esposa laranja, filhas e genros, quiçá netos, cada um com sua função, inclusive com o responsável pelas aplicações no exterior – foram flagrados por câmeras no prédio em que residiam levando sacolas e mochilas de documentos incriminadores para incinerá-los. Lamentou um dia ter sonhado em querer chegar a ser diretor da Petrobras e presidente da companhia. Foi, então, que resolveu devolver o dinheiro da roubalheira para, em troca, escapar da prisão, aceitando a delação de tudo que acontecia na Petrobras, e não só na Petrobras, nas rodovias, ferrovias, nos portos, aeroportos, nas hidroelétricas, no Brasil inteiro. O nosso santo herói. Para tornar sua alma um pouco mais pura, um pouco mais confortável, para si e para sua família, que andava ameaçada de ser presa, também. O patife, no momento, goza de liberdade para ensejar o último ato de sua peça: a relação dos políticos comprometidos com a rede de corrupção. Não tem alguma coisa de errado na delação premiada? Salvo para aqueles que irão fazer uso político e lançar à fogueira seus inimigos.
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