Um assunto que Bolsonaro conseguiu sepultar, já que a imprensa comeu mosca e deixou passar batido. O voto comprado para as eleições presidenciais de 2022 por meio do auxílio emergencial, o que explica o elevado número de votos recebido pelo candidato dos milicianos, que quase o levou a se sagrar presidente e ditador do Brasil.
Bolsonaro afrouxou os critérios ou fez vista grossa para o ingresso no Bolsa Família, transformando o programa em Casa da Mãe Joana ao desvirtuar suas finalidades, quando não abrindo as portas para a boiada entrar. Valeu-se de forma canalha do trauma que a pandemia tinha deixado na população, apesar de já vencida pela vacina, mudando o nome da bolsa para auxílio emergencial. Quando foi o responsável pela morte de mais 700 mil brasileiros, que morreram doentes com a Covid, ao estimular o uso de remédios inócuos no combate ao vírus e sabotar a vacinação e a máscara.
Avalizado por uma mudança na legislação em ano eleitoral graças a um Congresso que a aprovou ao se vender a Bolsonaro em troca do orçamento secreto, que supriu de verbas seus currais eleitorais e permitiu a maior vitória da extrema-direita nos últimos 30 anos, nos tempos de pós-ditadura militar. Quando a legislação eleitoral proíbe a criação de benefícios em ano de eleição, com exceção de casos de calamidade pública e estado de emergência – o que não era o caso. Justamente para evitar esse tipo de golpe para cima do povo, que não está preparado para lidar com falsários e mafiosos, quando se comportam como inocentes úteis.
Bolsonaro garantira o pagamento em lei até o final de 2022. Como não tem palavra, nem dignidade, não iria prorrogar o pagamento do que chamou de esmola criada por Lula, em razão de seu conhecido asco por programas de inclusão.
O auxílio emergencial promoveu uma corrida às urnas com Bolsonaro contando com a cumplicidade da população numa aliança diabólica, na qual o sistema bancário foi convocado a participar da infame negociata, antecipando, de uma só vez, o auxílio devido e parcelado até o final do ano. Evidentemente subtraído dos juros no ato para ressarcir os bancos quanto ao risco da operação, como é de praxe.
Uma negociata perfeita para a classe política mancomunada com o patife do presidente. Um negócio das mil e uma noites para o sistema bancário. Para o povo, as migalhas, que podem vir a engasgá-lo se não ingerir com moderação. Tudo organizado e planejado com o nosso dinheiro, o dinheiro público oriundo dos impostos, sem tirar um tostão do bolso do Bolsonaro.
Só que Bolsonaro não esperava ser derrotado, e muito menos por uma margem tão pequena. Dói a injustiça de não ver seu plano irretocável não ter levado a melhor sobre os Três Poderes e as Forças Armadas. Agora luta para não ser preso. Sempre tão massacrado por suas limitações, raciocínio tosco e apresentar-se de forma grosseira, nem parecendo que passou pela escola ou faltar-lhe mãe ou pai, jamais verá reconhecido seu golpe de mestre nas instituições democráticas.
Por um triz não pôde provar sua inteligência através dos golpes direcionados à democracia. Creio que Bolsonaro não se satisfaria, pois preferiria avançar sobre as torturas, execuções e desaparecimento de corpos dos opositores, inspirado em sua influência militar durante a ditadura nos anos 60 e 70. No afã de sempre fazer o melhor, para que o pior prevaleça. “Se eu nasci assim, cresci assim e vou ser sempre assim, se quando eu vim para esse mundo, nunca atinei com nada.”
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