Que cansaço ter que explicar as coisas para quem sempre entende ao contrário do que quer dizer! Você até adivinha quando irá claudicar, porque ela não falha. Dá até agonia prever que isso irá acontecer, invariavelmente. Parece até que é de propósito, mas não é. Não se trata de não conseguir expressar tudo o que está claro e simples na sua cabeça, nem tampouco a pessoa em tela ser burra, tapada ou bloqueada emocionalmente. Será que aquela pessoa que lhe dá um extremo cansaço de explicar as coisas é alguém com quem você não consegue se encontrar? Não consegue estabelecer uma união? Será que a pessoa só pensa naquilo que você vai abordar e não naquilo que você está dizendo para ela? Será que cada encontro vem carregado de todas as experiências de desencontros anteriores? De um somatório de perdas? Pode ser até quem você admira tanto, tem um carinho especial, tudo nela o anima, ela nunca o aborrece com seu alto astral. Dir-se-ia até que você a ama, se pudesse se aproximar, se ela não abusasse tanto de manobras diversionistas, impedindo você de abordá-la e entrar em contato com a experiência de desencontros que ensina o valor dos raros encontros que a vida permite. Mas se ela for chão, chão, julgar seu discurso puído e sem nenhuma visão, excedendo-se na altivez, o seu castelo de areia desmoronará num abrir e piscar de olhos.