Na campanha eleitoral da Bolívia, Evo Morales está sofrendo na carne o que Collor infligiu a Lula, ao usarem um de seus filhos, fruto de um namoro que não foi longe. Com 14 anos, ele apareceu na TV, em prantos, lamentando sua pobreza e de ter que pular de casa em casa, quando só precisa de uma. Pensou que sua vida ia mudar quando seu pai, por quem tem grande estima, se tornou presidente. Nunca foi um menino de pedir nada, mas só vê seu pai em época de eleição. A oposição não-índia, em troca, irá proporcionar à mãe uma lavanderia. Esse é o tratamento que a mentalidade e postura ainda colonizadoras concedem ao povo majoritariamente descendente dos aimarás, que já estavam lá no momento em que os espanhóis puseram os pés na sua terra.