Depois de tanta Guerra Fria, admite-se em Davos o fracasso do atual modelo capitalista, cujo deus era o mercado, o filho a especulação e a ganância o espírito santo inspirador – o bicho deu vazão aos seus instintos quando ficou solto, ato contínuo ao comunismo bater as botas. Pensaram que era o suficiente medidas de austeridade e de disciplina fiscal bem ao gosto do FMI e dos tucanos, quando faltou mais regulação e menos liberdade para explorar os trouxas. Além de maior transparência para impedir que os mesmos que causaram a crise internacional a partir dos EUA estivessem soltos para gozar a riqueza acumulada com o golpe que deram no povo americano. Com tão bons conselheiros, o mercado financeiro criou uma bolha ao tirar proveito do euro imaginando que moeda única significava emprestar dinheiro a qualquer pessoa e com a mesma taxa de risco. Criaram uma unidade monetária sem a Europa estar unida sob um comando central para conter a gastança grega, irlandesa, portuguesa, espanhola e italiana em infraestrutura. É enorme a pressão do surgimento de milhões de novos consumidores nos mercados emergentes e do desenvolvimento tecnológico, que faz com que, em pouco tempo, uma empresa seja rapidamente passada para trás se não se atualizar. Como reinventar o capitalismo se ele não admite o intervencionismo? Se ao mercado pouco importam estabilidade, distribuição de renda e sustentabilidade, em virtude de o dinheiro falar mais alto. O correto é no Brasil do século XXI ter se misturado o Estado com a iniciativa privada, com nível razoável de endividamento e o crescimento sustentado ampliar a inclusão social com aumento de oportunidades diminuindo o grau de miséria.