O menino apontado como a reencarnação do Dalai-Lama, quando ainda bebê, cresceu isolado num mosteiro na esperança de se fortalecer no budismo tibetano e não se abalar com a perseguição do outrora regime comunista chinês. Mas a globalização sugou a fé nas doutrinas políticas e religiosas. Aos 24 anos, ele abandonou um futuro promissor como o líder espiritual com maior credibilidade do mundo, ao herdar o caminho aberto pelo Dalai-Lama, e se declarou agnóstico. Mas depositou toda sua fé no cinema; foi estudar a sétima arte em Madri. Confirmando que a atração pelo cinema já supera a literatura. Não se entende quem deixa de frequentar o escurinho do cinema. Ou mesmo quem não se interessa por assistir a filmes. O déficit de atenção é uma desculpa esfarrapada, pois os deficientes mentais, com sua sensibilidade, superam os mais intelectualizados em explicar o que ocorre além da imaginação. A arte no cinema conseguiu o que a China não teve êxito ao invadir o Tibet em 1950. Solapar a tradição milenar de descobrir dentre os meninos que nascem quem é o Dalai-Lama reencarnado. Restando a certeza de que, quando morrer, o que eu vou sentir falta é do cinema.
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