A ejaculação da mulher não é assim chamada, costuma passar desapercebida por não ser caudalosa como a do homem, restringindo-se a lubrificar as paredes vaginais, mas, por vezes, não se deixa ficar retida dentro da vagina e pinga sem parar, excitada por um homem em especial ou pela situação inédita de prazer.
Já a ejaculação do homem marca sua presença por manchar o lençol. Embora o homem seja capaz de, ao aproximar-se o momento do orgasmo, de maneira assaz controlada, frear qualquer excitação, ativando os nervos para comprimir os músculos, alternado com uma respiração ritmada, tentando contrair todo o corpo de modo que o orgasmo se realize sem a expulsão do sêmen.
Todavia, o homem é atormentado pela ejaculação precoce. Poucos conseguem segurar a ejaculação, divididos entre o condicionamento que os ensina, como bons escoteiros, a ser egoístas e o prazer fácil que proporciona tanto orgulho com sua ereção desmedida. Afinal, os homens pensam mais em sexo ao correr do dia do que as mulheres, facilmente constatado pela essência da conversação em bares e pela necessidade de contar vantagens ou aperfeiçoar-se em lorotas. Masturbam-se mais quanto menos sexo fazem, face à masturbação funcionar como um substituto da relação sexual e a carência atrelar-se à falta de oportunidade em se satisfazer.
Enquanto as mulheres dispõem da masturbação a seu bel-prazer quando resolvem incluí-la no repertório de sua sexualidade plena e isso incomodar aos homens, que não admitem perder sua hegemonia sobre a libido.
Se uma mulher amarrar um homem na cama e começar a bolinar, a escorrer suas mãos por todas as partes de seu corpo, ou mesmo masturbá-lo, o seu sexo não se fará de rogado, corresponderá ao apelo e mostrar-se-á presente, exibindo suas credenciais. Se você amarrar uma mulher na cama e começar a mexer no seu clitóris, se ela não quiser, não irá se excitar e muito menos ter um orgasmo. Basta ela enfiar na cabeça uma tragédia para desarmar o falso clima.
O homem escravo da ejaculação precoce, da masturbação, do apelo vulgar e do prazer fácil. Do desejo vadio. Incapaz de romper o condicionamento animal e se libertar do legado irracional. Apenas preocupado em manter as aparências e se iludir com seu outrora domínio sobre a sexualidade, antes de seu desmonte iniciar através das mãos justiceiras da mulher.