O pedreiro de 51 anos alegou ter matado a estudante por amor num Centro Educacional do Rio, degolando-a com um precário caco de vidro, antecedido por golpes de pé de cabra que deformaram o rosto da jovem. Amor sair da boca suja de um psicopata não é estranho, pois desconhece o que é obsessão. Embora saiba sobejamente o que detesta ver nele estampado e escarrado. Mas insinuar que ambos tinham um caso e que todo dia ela o abraçava e o beijava, para tentar transformar sua mentira num crime passional, é ofender a honra da família enlutada, pois o coiso é incapaz de uma relação decente com quem quer que seja. É algo fora de suas possibilidades; por isso, se irrita e assassina a imagem idealizada da perfeição aos seus olhos, já que o covarde não tem coragem de tirar sua própria vida para se livrar do carma a que está condenado nessa encarnação. O monstro ainda posou de benfeitor da vítima dizendo que a ajudava financeiramente com eventuais 200 reais, quando é o biscateiro da família dela – o canalha insinua prostituição bem ao seu feitio escroto. Contudo, quem irá acreditar num precoce decrépito que assedia moças, cagado de más intenções, a revelar sua total incapacidade para encantar as mulheres?