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O MELHOR DA TURQUIA
O melhor da Turquia, atualmente, são os dervixes rodopiantes, que giram dançando com grande encanto e beleza, em torno de si e do palco redondo, em ambos no sentido contrário ao do relógio, ao longo de 20 minutos com breves pausas – em nenhum momento ameaçam tropeçar ou cair; sinal de que não ficam tontos. Outrora, os navios que cruzavam o Bósforo apitando marcaram uma época. O canto dos muezins perdeu o caráter sacro e se misturou à zona que impera no engarrafamento infernal de Istambul, a caminho de inviabilizá-la – pior que São Paulo. Em vez de mais mesquitas, necessitar-se-ia que Maomé reencarnasse para chicotear os vendilhões que transformaram o mundo nesse grande comércio. Os turcos não respeitam certas regras de convivência, ainda mais numa Istambul superpovoada, furando filas de palácios, museus ou qualquer evento de massa, especialmente as mulheres cobertas de panos dos pés à cabeça – julgando-se com mais direitos como herdeiras do império otomano. Mas eles se encontram mais avançados na desagradável tarefa cotidiana a que todo ser humano está sujeito e que o envergonha: a necessidade de limpar a bunda diariamente. Em cada latrina de nível, tem um birro acoplado ao interior do sanitário que substitui com vantagem o nosso querido bidê ou a simpática mangueirinha, jorrando jatos de água quando acionado. O que incomoda, embora seja deleite para alguns, é a extrema proximidade do birro com o ânus. No afã de limpar-se de suas impurezas, você acaba se aproximando perigosamente e o birro não perde a chance de tirar um sarro, por não desconhecer que você relaxa enquanto a água higieniza suas paredes anais. No Brasil, esse produto de consumo daria certo.
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Antonio
Carlos Gaio
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