O fato de Lula incluir especialmente o Nordeste e demais rincões mais pobres do Brasil nas políticas sociais e no desenvolvimento econômico empreendido em seu governo causou tamanha transformação que simplesmente diminuiu em 50% a migração do nordestino para o Rio e São Paulo. Após décadas de deslocamentos intensos do campo para os maiores centros urbanos, superpovoando e favelizando as grandes cidades, alcançou-se um equilíbrio na entrada e saída de migrantes em metade dos estados. Os retirantes ou paus de arara abandonavam suas origens em busca de melhoria de vida, mas, com a interiorização da urbanização, expandiram-se as oportunidades para além das metrópoles, principalmente nas cidades com até 500 mil habitantes, onde surgiram novos polos de progresso. É um novo Brasil urbano. Os destinos não são mais direcionados pela industrialização. As cidades médias não crescem isoladamente. Criam uma dinâmica com outras cidades do entorno. Quando antes não tinham quase nada por lá, nem hospital, nem banco, nem escola – agora têm. Se for o caso de se deslocar, vão para lugares mais próximos que já oferecem um melhor padrão de vida, provocando uma retenção da população em suas regiões de origem. Não é só o Bolsa Família que dá voto. É também não discriminar. É acreditar na capacidade do povo nortista e nordestino sem nos valermos de modelo chinês ou americano como anabolizante. Para os que estão perdendo a visão: não se pode comparar o modelo econômico das privatizações de diminuir o custo Brasil com o modelo socializante de não dar trégua ao combate da miséria. Trata-se de massas diferentes.
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