A mídia Ninja sob fogo cruzado no programa “Roda Viva” é a prova real de como a mídia tradicional se encontra defasada com a realidade informatizada e as rápidas mudanças que tem vivido a sociedade brasileira, especialmente a partir de junho de 2013. Num ato falho, só o que preocupou foi a parcialidade da mídia Ninja em defesa dos manifestantes e se são financiados pelo governo petista, a julgar pelas fotos de Capilé com Dirceu. Quiseram entender como funciona o Fora do Eixo, uma rede de coletivos espalhados por todas as cidades brasileiras para captar o que está de fato incomodando o povo brasileiro: no entanto, o tratamento concedido é o descrédito, ao invés de encará-lo como um fato novo a ser saudado. O mesmo dado à cultura periférica, seja aquela relacionada à urbe ou à que trafega em torno do status quo, sem conseguir penetrar porque ameaça, cabendo às corporações midiáticas zelarem pela manutenção do establishment, o que acaba por ampliar o fosso entre a notícia e a realidade. A mentalidade da mídia antiga bebe da mesma fonte do quartel-general do PSDB de São Paulo, em aliança que não dialoga com os movimentos sociais. Não interessa ampliar o protagonismo de novos atores em cena, salvo se puder comprá-los. Os negócios acima de tudo. A mídia Ninja não tem quaisquer compromissos com furibundos modelos de jornalismo se sua imagem que fica é o seu conteúdo, disponibilizado na rede pelos seus próprios jornalistas, com ou sem diploma. Capilé e Torturra deram uma autêntica aula de comunicação para supostos professores que foram à lona, nocauteados por não conseguir alcançar o que se passa fora das fronteiras midiáticas em que estão bem protegidos. O desafio dos “meninos”, que está apenas começando, é não se deixar restringir por amarras políticas e praticar a verdadeira imprensa livre, embora, de fato, pretendam demolir as estruturas arcaicas do nosso Sistema Democrático quando não permite atender a coletividade como ela merece.