Pouco a pouco, vão caindo os apologistas da privatização, como panacéia de que o empresário dirige melhor os negócios do mundo do que os políticos corruptos. O clã dos Ermírio de Moraes foi para a lista de Schindler. Se não fosse o dinheiro público para garantir as incertezas do capitalismo, a Votorantim não seria mais o orgulho da locomotiva paulista. O Banco do Brasil levou 49, 99% do banco Votorantim para manter o grupo Ermírio de Moraes em pé, lembrando que a instituição financeira fora criada especialmente para eles se defenderem do apetite exagerado do sistema bancário e não morrerem nos juros. Fracassaram, ao não seguirem à risca o código Da Vinci dos bancos, quando não se investiram no papel de carrascos do capitalismo. Seguiu-se um silêncio sepulcral, que revestiu São Paulo quanto ao declínio do império do Dr. Antônio Ermírio de Moraes, em respeito ao empresário que se notabilizou pela defesa do capital nacional. Ratificado pela mídia, que teceu poucas linhas para não parecer obituário, mais preocupada com Lula, duvidando de sua capacidade de ser presidente da República nesta altura do campeonato, só porque confessou não ler jornais nem assistir à TV, preferindo se abastecer do noticiário através de seus assessores – cobras criadas lhe provocam azia. O que não é muito diferente do público leitor, quando percebe que existe má fé, ou colunistas tendenciosos – seja qual for a ideologia -, ou campanhas sistemáticas a serviço dos interesses de revistas, deixando de comprá-las. Senão, os sites de notícias mereceriam severos reparos, sendo mais informativos do que opinativos, empobrecendo a visão do leitor ao não permitirem que o internauta mergulhe no âmago do que veicula. Mas, se a demanda é crescente, vende-se. A imprensa não está acima do bem e do mal só porque expressa liberdade.