Quanto ao sigilo eterno de documentos ultrassecretos, o Brasil demonstrou que não é um país sério em se tratando de um assunto de tamanha relevância: o nosso passado! Parece que bebe! Dilma, que não abria mão de abrir os arquivos antes de se eleger presidente, décadas depois de ter sido trancafiada e torturada pela ditadura militar, resolveu acatar as recomendações dos sábios Sarney e Collor, que sempre foram iguais na ideologia e no servilismo aos regimes de força. A bancada do PT ficou sem pai nem mãe na sequência do pedido implícito para que se esquecesse do passado de lutas em nome de uma causa. Até que tiveram a luminosa ideia de os verdadeiros sábios e diplomatas do Itamaraty lerem os segredos que guardamos debaixo do colchão, para chegar à conclusão de que, se levarmos a sério o que escondemos, aí, sim, fica ridículo, e o país cai no descrédito geral por não saber lidar com o seu passado – mesmo que o condene. Inteligentemente, o Ministério da Defesa logo tratou de endossar o novo perfil diplomático dado à questão, para não ficar como vilão da história que versa sobre o Brasil. E a presidenta voltou atrás sem que isso transparecesse flexibilidade e sim vacilo. Tanto tiro justamente disparado pela mídia em Dilma, por conta de seu passado, quando à época a imprensa exaltava o milagre brasileiro. Tanto barulho e receio em se quebrar o sigilo da História do Brasil, se comparada aos EUA, que acabaram de disponibilizar os documentos sobre a guerra do Vietnã.
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