O rebolado de escárnio da deputada Ângela Guadagnin pisoteando a dignidade e a ética do cidadão.
Quando salvou da guilhotina mais um coleguinha, não se conteve. Tentou imitar Ronaldinho Gaúcho, que dá show de bola e é o nosso Pelé. Seu corpo maltratado pela devoção à liturgia do Congresso tornou o saracoteio ridículo, porque absolve os companheiros petistas, bem como os demais de outros partidos, como vingança contra essa história de mensalão, inventada para prejudicar o governo neoliberal de Lula.
Quebra de decoro sim, menos pelo “Passo do elefantinho” – a música inesquecível de Henry Mancini -, e mais por ela pertencer a um Conselho de Ética e dar linha para o corporativismo e impunidade, no auge da comemoração que menosprezou e desdenhou a consciência do eleitor, degradando a democracia, ao confirmar as previsões do agourento Delúbio de que tudo iria terminar como uma piada de salão.
Daqui para frente Ângela terá que controlar esse instinto, por ser uma mulher de idade, conforme ela própria reconheceu. Sua felicidade ao sabor de pizza se transformará em lágrimas de crocodilo ao gravar na nossa retina a imagem da perda da reputação da grande família petista.
O filósofo Pelé afirmou que o brasileiro não sabia votar durante a ditadura militar, mas é o PT que não estava preparado para assumir o poder, tamanha a vocação para o suicídio, de prefeito assassinado a mensalão, de fome zero a neoliberalismo, de Zé Dirceu a Jefferson.