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O PERDÃO CESSA COM A MALDIÇÃO

A floresta de Katyn, na região de Smolensk, na Rússia, é terra amaldiçoada. Em 1940, a elite militar e intelectual da Polônia foi exterminada pela União Soviética, como consequência do pacto de não-agressão Ribbentrop-Molotov com a Alemanha de Hitler, em que ambos dividiram o território polaco irmãmente. O objetivo de Stálin era o de quebrar o sentimento nativo polonês, extremamente criativo, inteligente, judaico-cristão e patriota, e torná-lo cativo do comunismo, sob a alegação sórdida de que os nazistas fariam a mesma coisa. Tanto que, durante anos, um empurrou para o outro a autoria do genocídio, a confirmar a identidade entre nazismo e comunismo na arte de matar. Mas eis que, na homenagem que iria se prestar aos 20 mil corpos enterrados na floresta de Katyn, a alta cúpula política e militar da Polônia foi decapitada num acidente aéreo, em meio a uma névoa dos diabos que aconselhava retornar ao ponto de partida, morrendo o presidente Kaczynski e a primeira-dama, ministros, deputados, o Exército, a Marinha, a Aeronáutica e o Estado Maior, num total de 97 pessoas. A culpa segue sendo da Rússia: o ato facínora ainda não foi objeto de perdão.

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Antonio Carlos Gaio:
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