Há 66 anos, duas bombas atômicas deixaram o Japão sem chão para se sustentar de pé. Reagiram estupendamente e sua economia pujante e avançada os coloca hoje na 3ª posição entre os dez mais. Mas o terremoto fez com que se deparassem de novo com a ameaça atômica. O derretimento do núcleo de reatores da usina atômica de Fukushima Daiichi, com o vazamento da irradiação, pode espalhar pânico na imensa população que povoa o Japão. A ameaça de contaminar o país pode dar início à evacuação do arquipélago à procura de abrigo na China e na Coreia, dois países dos quais estuprou a consciência e as suas mulheres no período imperial, até eclodir a 2ª Guerra Mundial. Será que o Japão não abandonou sua base espiritual, que marcou o Oriente como paradigma do equilíbrio e da harmonia, para ingressar numa corrida materialista sem fim e demonstrar que uma ilha pode fazer a diferença se confrontada com nações que se orgulham de serem verdadeiros continentes de opulência? Por que, então, o Japão foi escolhido por ter dado um salto maior do que as pernas? Para dar exemplo de como vencer o caos e mostrar que o coletivo é mais importante do que o individualismo materialista? No qual a doação de si próprio, para ser uma virtude, só se exercida com discrição. Pausadamente, sem atropelos. Uma filosofia que demanda um comprometimento de nossa alma com o servir a quem mais precisa.