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O PIOR DIA DO ANO PARA O PESSIMISMO

O otimismo sempre prepondera sobre o pessimismo no raiar do Ano Novo. Não há espaço para quem é do contra nesse sagrado dia 31 de dezembro. Que vá dormir mais cedo ou enterrar seus ossos num terreno baldio das redondezas! O espírito crítico no Réveillon tem que ser abandonado para dar lugar à luxúria, ao êxtase e ao brilho das festividades. Se bancar o sério, tachar-lhe-ão de leso, fumou “um”, de alienado, para não dizer chato e mal amado.    
O fato de ser corriqueira e burocrática a ação do tempo na passagem do ano velho para o ano novo não invalida a comemoração. Pois se for para invocar os orixás de modo a transformar o descalabro em que sua vida se tornou, o momento mais adequado são as doze badaladas que saúdam a meia-noite de 31 de dezembro, embora tão fatídicas em filmes de terror.
Se deixar para depois, pode ser tarde demais. A infelicidade já tomou conta do pedaço e não cabe chorar pelo leite derramado. Derramado ou vazado, já vinha assim desde o ano passado, pois ninguém mais sabe guardar consigo o que lhe é revelado. É um tal de twitter para driblar a lei seca, do facebook que propicia salas íntimas para descolar quem estiver a perigo, do celular que flagra nossas inconveniências. Avançamos em direção à privacidade, uns dos outros, e descobrimos que isso vai ficar cada vez mais divertido. Finalmente, as fofocas ganharam substância e encontraram a guarida merecida na tecnologia.
Mais uma vez os pessimistas perdem em virtude de sempre apostarem no mundo mudar para continuar a mesma coisa. Ora, se for para vazar e comer a hipocrisia por dentro, brindemos ao Feliz Ano Novo em 2011 e à Liberdade e Igualdade preconizadas pela Revolução Francesa em 1789. No intuito de fazer a nossa cabeça, o acesso à informação tem que ser livre de impostos e gratuito conforme a internet abriu os horizontes. Não pode reinar soberana nas mãos da grande e velha mídia, que manipula a valer nas eleições, nem mesmo de políticos, que se chafurdam na dissimulação.
No Réveillon, o vírus da depressão não se cria. É o pior dia do ano para os pessimistas. Se, aos mais jovens, o futuro os espera promissor ou, no mínimo, com uma pulga atrás da orelha. Aos mais velhos, não resta alternativa senão festejar antes que morram. Quanto à turma do meio, cabe dar o exemplo e acreditar no que estão fazendo, construindo ou amando. Se é motivo para comemorar ou esquecer, basta observar com que cara ficam depois de tomarem um porre de felicidade. Se otimistas ou pessimistas.

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Antonio Carlos Gaio
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