A festa de aniversário de Ronaldinho em Madrid foi pra lá de boa. Só pintou recém-separado, a começar pelo anfitrião. Até Roberto Carlos e Rivaldo, que não levam pinta de tirar aliança nem para lavar as mãos, confirmam o baixo-astral pro casamento dos pentacampeões. Fora das quatro linhas, porque dentro, o prazer da gandaia irá realçar o brilhantismo de seu futebol, rumo ao parâmetro-mor, o Santos de Pelé. Atiçando a má-vontade crônica de cronistas esportivos, irrealizados em seus casamentos, trajados de pijamas, enquanto os jogadores põem a madrugada de joelhos para nela encaixarem seus gols.
A turma do Bolinha ganhou um reforço com Beckham, que deixou a spice girl Victoria a ver navios, e subiu uma escada que leva aos céus na mansão de Ronaldinho, com a modelo Ester Cañadas, depois de se encantar com a coleção de troféus do aniversariante.
Essa dupla promete, o orgasmo do gol e do sexo atingem a mesma escala Ritcher, a orgia das posições sexuais encontra paralelo nos esquemas táticos do futebol, basta dizer que se pode abrir as pernas para marcar o gol. Lembram-se do 2º gol contra a Alemanha na Copa de 2002? Rivaldo abriu as pernas pro Ronaldinho encaçapar. A lista é longa, “eu vou encher a boca do balão”, quando se quer golear; “vou cair de boca”, quando é grande a pressão sobre o time contrário; e o que não dizer do “vou entrar com bola e tudo!”. Claro que existem faltas grosseiras, pontapés, tapa na cara, mas qual o amor que se prolonga e não cabe uma raquetada?
O entendimento começa no banheiro, quando todos ficam nus e se abraçam, regozijando a vitória. Não mergulham juntos na banheira térmica porque só cabe um. Não é por outro motivo que não permitem a entrada de mulher no vestiário. Iria estragar tudo.
É por isso que quando o juiz apita o término da partida, começa outro jogo. A tabelinha Ronaldinho-Beckham vai render frutos pro Real Madrid com as bolas que irão meter no saco. Ainda mais que Figo não se sentirá enciumado, é casado com um monumento. Milene também não atrapalhará, preocupada com sua carreira solo, aflorou uma sensualidade exibida em revistas que o recato do casamento encobria.
Mas a intrépida trupe mereceu um reforço nessa grande comemoração. Aécio Neves, pule de 10 para ser presidente do Brasil nos próximos 20 anos. Também separado, voltou para o Brasil com a promessa de que Beckham vai desfilar na Mangueira. Se tá bom assim, pra que casar? Se elegemos um presidente-operário, por que não dispensar a primeira-dama? Afinal, ela acaba por se constranger ao longo do mandato, diante de tanto acordo por baixo dos panos para troca de cargos. Pode sobrar pra ela, o swing é imoral, ganha-se na primeira esquina, chafurda-se na seguinte.
Jorginho Guinle não seria páreo para essa moçada. Lhe faltaria sentido de competição e malícia para enganar o adversário, seja qual for. Por isso, somos pentacampeões, sempre em direção ao gol, em busca do prazer.
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