O Tribunal Superior Eleitoral deveria multar Lula por fazer campanha no Irã. Em favor de Dilma e de sua própria popularidade, de olho no Prêmio Nobel da Paz. Ir mais longe: impedi-lo de viajar em missão de paz em nome de um mundo que só entende acordo na base da invasão militar e na política da terra arrasada. Uni-vos, conservadores de todo o mundo! Assim como paira uma desconfiança do Irã produzir armas atômicas, suspeitam de que por trás da imagem de simpático, afetuoso, engraçado, divertido, pitoresco e, sobretudo, ingênuo de Lula, existe o também astuto e maquiavélico, que o tornou o mais importante líder mundial desse final de década, deixando a oposição e a mídia que o apoia incondicionalmente defasadas no tempo e no espaço, sem saberem como pendurar Serra no prestígio de Lula – sem ética nem beira. Se já tentaram reduzir Lula a um analfabeto funcional, a um manipulador de massas e a um demagogo que se elege graças a bolsas disso e daquilo. Mal disfarçam o incômodo de Lula perpetuar-se no imaginário do poder, pelo menos enquanto FHC viver.