Se, do ponto de vista legal, Palocci não tinha qualquer impedimento para montar uma consultoria, mesmo como deputado federal, e o preço de seus conselhos têm um valor incalculável no mercado em função de quem já foi ministro da Fazenda, por que investigar a evolução patrimonial de Palocci, embora aumentada em 20 vezes? Se Maílson, ex-ministro da Fazenda de Sarney, cobra 20 mil por palestra e 200 mil por parecer bem embasado. Se as autoridades financeiras do governo FHC hoje estão ricas, senão milionárias. Só se for para desestabilizar o governo Dilma, embora Aécio negue e Serra não queira crucificá-lo. Tanta bondade e compreensão não se veem no novo líder das vestais da oposição, o senador goiano Demóstenes, dos demos, ao afirmar que enriquecimento rápido só pode ser ilícito, próprio de quem tem garganta de pirarara – peixe amazônico que engoliria até um homem. Típico papo-furado de pescador para atingir o ministro mais importante de Dilma e quebrar seu sigilo fiscal para revelar se houve tráfico de influência com informações privilegiadas que possam ter beneficiado as empresas que contrataram Palocci. O que daria margem a retaliação e devassa em ex-ministros da Fazenda ou ex-presidentes do Banco Central ou mesmo secretários de Finanças, conturbando o ambiente político. O objetivo alcançado. E não a limpeza de caráter ético para quem curte um telhado de vidro.
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