Ao arquivar um pedido de investigação encabeçado pelo juiz eleitoral Gilmar Mendes, munido de recortes de jornais habitualmente tendenciosos sobre supostas irregularidades na prestação de contas da campanha de Dilma (dentre os muitos que ainda terá de dar seu parecer), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enunciou que: “Não interessa à sociedade que as controvérsias sobre a eleição se perpetuem: os eleitos devem poder usufruir das prerrogativas de seus cargos e do ônus que lhes sobrevêm; os derrotados devem conhecer sua situação e se preparar para o próximo pleito”. Ou seja, não se deve transformar a derrota eleitoral numa vendeta à custa de uma grande investigação policial que paralise o governo eleito no início de seu mandato, a ponto de induzi-lo, com tamanha pressão, a desistir da preferência do eleitorado que conquistou com mais de 50% de votos e renuncie. Mas o que fez o juiz supremo Gilmar Mendes se pronunciar conforme “está acostumado com os seus capangas lá do Mato Grosso”, segundo o insuspeito Joaquim Barbosa vazou no julgamento do mensalão, foi Janot ressaltar “a inconveniência de serem, Justiça Eleitoral e Ministério Público Eleitoral, protagonistas – exagerados – do espetáculo da democracia, para os quais a Constituição trouxe, como atores principais, os candidatos e os eleitores”. O protagonismo exagerado para decidir no tapetão (nos tribunais), jogando luzes sobre os togados, de modo a obscurecer os eleitos pelo povo, que constituem a essência da democracia. Um promovido desmanche de eleições, como se fosse um carro roubado, por meio de duelos de espadachins da Justiça. Com estocadas do gênero: “O procurador deveria se ater a cuidar da Procuradoria-Geral da República e procurar não atuar como advogado da presidente Dilma”. “O Ministro deveria se ater à sua função de magistrado e não procurar atuar como advogado de Aécio Neves” – touché!