Sua falta de ousadia para um homem que se considerava de esquerda, cuja atuação sindical assustou a ditadura militar e induziu a tradicional família brasileira a votar em Collor. Se não líder de revolução socialista, ao menos promover uma verdadeira revolução democrática, sem quebra institucional, livrando-se da excessiva dependência de estruturas políticas esclerosadas. Desperdiçou o maciço apoio popular necessário para desencadear uma guerra sem fronteiras contra o analfabetismo, o baixo nível de educação e a ignorância. O desprezo e o preconceito pela questão ecológica geraram o efeito Marina. Deu carta branca para o agronegócio em detrimento da reforma agrária. O seu conservadorismo na política econômica de pagar a dívida externa e acumular reservas astronômicas mereceu aplausos até de experts em mercado, mais interessados na segurança e na rentabilidade de suas aplicações. Tinha de jogar mais duro com a corrupção endêmica de modo a não encostar em um fio de seus cabelos. Nada que Serra ou Aécio não possam vir a fazer. A esquerda não levou em consideração o Lula “analfabeto” do Caetano, o que fala de igual para igual com o mundo inteiro, tido como supimpa, em função do nível medíocre dos estadistas de hoje.