Há quem sofra da síndrome de detestar os finais de semana. Não sossegam enquanto não lamuriarem tudo que há de insuportável nesses dias. Ao vão masoquismo de cultivar dores, inspirado no mal-estar. Torcem por domingos com chuva para não ver o deplorável espetáculo de pessoas besuntadas de protetor solar que balançam corpos mal-acabados. Não querem abraçar a euforia da simples alegria de viver, preferem o tédio total ao conformismo preguiçoso da coletividade. Para que ir a festas e se embriagar da burrice que os circunda? Mil vezes carregar na alma esse vazio do que tentar moldar personalidades idiotas que caibam, por tempo limitado, no seu espaço. É muito triste sentir-se um espírito de porco perante um exército de contentes. Tudo começou errado no fim de seu primeiro namoro, por acreditar nas máximas românticas, e não ter ficado bom de suas feridas com a mesma facilidade com que os idiotas se curam e são felizes.
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