Você já pensou em viver numa cidade à beira-mar com 40 mil habitantes, dormindo a sono solto e às 3 e picos da manhã de um domingo destinado ao descanso e relaxamento, se ver submerso por um tsunami de mais de 10 metros? Agravado pela elevação em 4 metros do leito do rio que corta a cidade. Logo em seguida ao terremoto no Chile, as casas e o comércio de Constitución, fincada entre as Cordilheiras dos Andes e a costa, ficaram debaixo d’água por 5 horas até que o volume baixasse. As ondas chegaram arrastando casas e carros pelo caminho, trazendo barcos que foram parar no meio da cidade. Nada teria valido a pena se não fora Martinna Maturana, de 12 anos, que salvou a vida de quase todos os 700 habitantes da ilha de Robinson Crusoé, em pleno Oceano Pacífico. Alertada pelo avô que mora a 600 km do continente, olhou pela janela e viu a onda crescendo. Correu até a praça central e fez soar o enorme gongo, usado pelos moradores como sinal de alerta. Desconhecendo os códigos usados pelas autoridades, pôs toda a sua energia e o som ecoou por toda a ilha. Martinna não nasceu para viver isolada como Robinson Crusoé, que deu nome à ilha, e sim correr o mundo a resgatar vidas, trazendo tranquilidade às famílias.
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