Sarney não é um autocrata como Chávez, mas, em compensação, as chaves do Congresso sempre estiveram na sua gaveta. Através de apadrinhados como Agaciel e Zoghbi, que usou sua ex-babá de 83 anos como laranja, a estrutura da Casa é do seu inteiro domínio. Ao invés de remeter a escroqueria e as bandalheiras cometidas contra o Senado para o exame da Polícia Federal, preferiu a Polícia Legislativa. De quem nunca se ouviu falar antes, composta da prata da casa e nas mãos dos investigados. Fatos que na sua idade devia evitar, em nome de uma Presidência da República que lhe caiu no colo e se encerrou, melancolicamente, na machadinha arremessada em sua direção, cravada no vidro da frente do ônibus, rumo ao seu templo: a Academia Brasileira de Letras. Desmoralizado por um Collor, que viria a desmoralizar a boa-fé do povo brasileiro, que acreditou num caçador de marajás para acabar com a pouca vergonha do gênero que campeia no atual Congresso. Como o passado condena, o Senado voltou atrás e se confessou como instituição suspeita, ao franquear o estabelecimento à Polícia Federal para investigar as entranhas de um pilar da democracia que se lixa para a opinião pública.
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