A culpa é do mordomo. Digo, do porteiro do condomínio da Barra (Pesada) em que Bolsonaro reside no Rio. No dia seguinte ao Jornal Nacional revelar o depoimento do porteiro, praticamente colocando Bolsonaro no lugar de mandante do crime de Marielle, a perícia das gravações do interfone foram feitas a toque de caixa, quase ao mesmo tempo em que Aras engavetou o processo imediatamente, justificando sua indicação para o cargo de procurador geral a serviço do governo Bolsonaro. Na aflição de inocentar Bolsonaro, as promotoras do Ministério Público do RJ (uma delas postou à época que votou no Bolsonaro e o parabenizou pela vitória) disseram que o áudio era conclusivo e contradizia o porteiro – a voz seria do assassino Ronnie Lessa no interfone e não do presidente. Contudo, em duas horas de perícia, os peritos não analisaram pontos importantes pois não tiveram acesso ao computador de onde os dados foram retirados. Sem acesso à máquina em que os arquivos foram gravados, não é possível identificar se um arquivo foi apagado ou trocado. Por que essa pressa toda para que não pairasse no ar que Bolsonaro foi o mandante do crime contra Marielle? Somente pelo temor da ira de um Bolsonaro despejando fogo contra a Globo e em todos que lhe são inimigos? Pelo prazer de ser capacho e pouco se importar com a desmoralização do Poder Judiciário em acelerado processo? No qual Moro se tornou assecla do Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal se perdeu no dilema de Lula livre ou não, e Toffoli acoberta os crimes de Flavio Bolsonaro. O medo de Bolsonaro se deve a um dia a população brasileira se dar conta que suas más companhias e proximidade com milicianos e bandidos fardados, militares e torturadores, o lado podre das corporações, muitos deles empregados em seus gabinetes, acabar por torná-lo inimigo público nº 1 do Brasil ao afundar o país com esse projeto bandido de gestão. Dará um tiro na cabeça.