Neste plano de manifestação densa, ele é o amigo (a) com o (a) qual você poderá contar em qualquer ocasião, mesmo quando todos não mais prestarem atenção no que você diz. Você imagina que ela (ele) não pode existir e, se existir, não está no mesmo plano que o seu, sequer é tangível. Mas se fosse de carne e osso, seria aquela pessoa com a qual poderia abrir o seu coração em total confiança. Ao efetivamente pensar nela, tem consciência de seu imenso valor, pois ela, só de ver você, já sabe em que estado de espírito se encontra, afinal de contas, ela o conhece profundamente, muito além das aparências. Seu coração se ilumina só em saber que ela sente você em espírito. Em outros planos mais sutis, ele é o que está sempre disponível para ampará-lo, aquela consciência extrafísica que o sustenta de pé, ajudando-o invisivelmente. Provavelmente o conhece de muitas vidas, ciente de seus dramas e de seus acertos ao longo de milênios. Pode até ter participado, ao seu lado, de fatos e acontecimentos anteriores ao plano carnal. No entanto, no momento, ele está em outra condição vibracional. Mas não esqueceu de você! Embora não perceba sua presença física, ele vela secretamente pela sua evolução. Não chega a ser uma divindade, embora dê a impressão. É apenas o seu amigo invisível, no máximo, um espírito elevado. O vínculo real não está na carne nem no sangue e sim na alma. É o porto no qual a nave de seu coração gostaria de lançar âncoras em meio à tempestade. Pode-se gostar de alguém em vários níveis: mental, emocional, energético ou sexual. Porém, o que vale mesmo é a riqueza que você achou no mundo personificada nesse ser, que transcende todos os níveis e alcança o espírito, abraçando a espiritualidade. Por isso, os celtas já o reverenciavam por se tratar de uma riqueza sem paralelos. Eles sabiam que as ligações que não se desenvolvem em espírito, de modo consciente e autêntico, são apenas manifestações débeis e temporárias, ao sabor do efêmero dos pensamentos, emoções e energias do momento. Nada mal para os celtas terem a cabeça aberta para o que transcende a vida material e importa para a existência espiritual, não se deixando iludir pelas aparências que, geralmente, se apoderam de nossas mentes e nos escravizam a reproduzir um feitio de vida que só nos traz infelicidade e desgraça. Contudo, manter essa independência pode ser andar no sentido anti-horário ou se lançar contra as pás dos moinhos, como fazia Dom Quixote em luta imaginária contra seus inimigos. Há que tomar cuidado para não terminar seus dias encerrado num retiro com o chapéu de Napoleão. Precisa acreditar muito que aqui não estamos sozinhos e que somos sempre seguidos por uma corte para nos orientar, bastando a leitura adequada dos sinais que não param de surgir. Ou valer-se de seu inseparável protetor espiritual, que nunca se distancia de você e luta pelo sucesso de suas realizações, devedor que é de muitas e muitas vidas, precisando destas experiências mais complexas, que visam o aperfeiçoamento de todos.
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