No mensalão, Eduardo Paes constatou que havia provas de corrupção no governo Lula para dar e vender. O ex-líder estudantil Vladimir Palmeira, chefão do diretório acadêmico do PT, não guardou ressentimento ao carimbar seu apoio no candidato que fala demais e não se garante. Assinalou que, em política, a vingança é o pior defeito; deixa-o preso no passado, fixado na sessão nostalgia, quando o que vale é o hoje. Vladimir e Gabeira já foram companheiros no seqüestro do embaixador americano em 1969, em retaliação à ditadura militar. Gabeira mudou sua trajetória e avançou na oposição nacional ao governo Lula, convertendo-se num de seus mais mordazes críticos. Ficou horrorizado com o rolo compressor do PT no poder, perdeu espaço e o mensalão lhe deu razão. Foi procurar outra turma, com uma análise política diferente, voltada para o choque de capitalismo no Rio de Janeiro. Gabeira se encheu dessa esquerda monolítica, dogmática, quadrada, e vai dar o que tem de melhor em si: romper com o estabelecido, quebrar com as estruturas, o prefeito anti-sistema. Atraindo os jovens e demais pessoas inteligentes, antenadas com os novos valores de Gabeira, no lugar de analfabetos políticos e gente precária, para liberar o espírito criativo que essa cidade já teve nos tempos de paz e amor.