Fortalecido pelo domínio de sua imagem, fácil de resvalar para o clichê de popstar, Obama derramou-se em elogios ao Brasil, que soaram verdadeiros por tocarem na alma do povo brasileiro quando relembrou que o filme “Orfeu Negro” foi inspirador para sua mãe, branca, ter se apaixonado por seu pai, um negro do Quênia. “Um país tropical, abençoado por Deus, bonito por natureza” – Obama se valeu de Jorge Ben Jor para associar as lutas contra a ditadura militar de 1964 aos movimentos civis dos EUA pelos direitos humanos, onde a esperança venceu o medo e foi para as ruas para que cada cidadão pudesse ter a mesma liberdade, a mesma oportunidade, não importando o seu rosto e sua origem. Ideais materializados com a eleição de Dilma, no passado presa e torturada porque acreditou em “povo no poder”, com os militares achando que isso era coisa de comunista. Brasil, outrora país do futuro, cujo progresso marca sua presença no mundo com metade da nação considerada de classe média e milhões de pessoas retiradas da linha de pobreza. Constatado por Obama quando visitou a comunidade pacificada da Cidade de Deus, celebrizada pelo filme por evidenciar a violência outrora reinante. Exagero de Obama de olho na exploração do pré-sal? Exagero quanto ao país de maior população japonesa fora do Japão? Exagero quanto à obsessão de parte majoritária da população ter votado na erradicação da miséria? Exagero por ratificar o Brasil como um país que, a cada dia, apresenta mais soluções? Com a palavra os eternos descontentes e pessimistas, que adoram apostar na reconstrução do Japão à frente de Friburgo e Teresópolis para provar que o Brasil não tem jeito.
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