O único povo que sente saudades de Bush é o de Israel. A não ser que convoque novas eleições e modifique o resultado recente, alinhando-se com os EUA, à esquerda. Em discurso histórico no Egito, Obama se assina como Hussein Obama e se compromete com o Islã, ao não aceitar a legitimidade da continuação dos assentamentos israelenses: o sofrimento do povo palestino é intolerável. Negar o Estado da Palestina é algo sem base, ignorante e odioso. Discutir quem chegou primeiro na Terra Prometida é coisa de matusalém. Se o Estado de Israel não pode ser negado, nem o Holocausto muito menos questionado, exige-se o resgate da pátria palestina – para, no mínimo, empatar o jogo. Desde 1948, os palestinos são tocados dali para acolá, reproduzindo a diáspora em menor escala, ao se deslocarem em função de sua organização em guetos, mal suportando a humilhação de ordens que vêm de cima e do sítio à sua liberdade. É um convite ao entendimento e um gesto de paz para quebrar o espírito das Cruzadas, que se eterniza nas terras áridas em que Jesus Cristo nasceu.