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OBSCENIDADE

Obsceno é este governo
Que se veste de homens de bem
E investe em tudo
Que não nos faz bem

Obsceno é o aceno
A ditadura
Veneno anticura
Florestas queimando

Obsceno é o racismo
Que ainda impera
Em todas as esferas
Da vida diária

E a obscenidade não para
Feminicídio
Genocídio de índios
Morte à cultura
E à educação

Este governo
Vai na contramão
Dos direitos humanos
E ainda há quem passe pano
Para a familícia

Obscena é a maldade
De negar a ciência
Editar a história
Renegar a memória
De um povo sofrido

São tantas obscenidades
Que eu nem consigo acreditar
Como é que ainda há
Gente que defende
Estas monstruosidades

Posso falar a verdade?
Uma mulher nua
Não tem nada de obsceno
Nem muito menos o prazer
A cena mais obscena
É ver o governo nos foder!

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Antonio Carlos Gaio
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