Quando dizem que não nos damos conta de que fomos convidados para a grande celebração que é a grande festa da vida, aqui na Terra como no Céu, não enxergam o suficiente para perceber uma deficiente física em cadeira de rodas na rua, em vez de na calçada, à espera de que o sinal de trânsito feche para abordar os carros, que garantem o seu meio de sustento. Se iniciarem a se movimentar, sofrem o constrangimento de abalroar o pequeno veículo da desprotegida e infligir-lhe danos físicos e materiais, aumentando a culpa de quem se encontra na viatura. O que em nada diminui a culpa do cidadão que, enquanto aguarda o sinal abrir, se esgoela pelo celular, como se estivesse para morrer. Pois ameaça atravessar a faixa dos pedestres, sem observar o fluxo incessante dos automóveis, e na contramão. Suicidando-se, ao priorizar a discussão, em face do insolúvel quebrar com nossa resistência e nos oferecer um fim fácil e rápido, se brincamos de faz-de-conta. No abrir e fechar, perdemo-nos, sem saber para onde ir.
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