A França enfrenta uma onda de suicídios por conta de elevar os padrões de desempenho dos empregados como resposta às necessidades de mercado quanto à maior competitividade, eficiência, produtividade, aperfeiçoamento profissional e iniciativa – um não à acomodação. Acabou gerando ansiedade, estresse, depressão e, surpreendentemente, suicídios diários em regime de conta-gotas. O que demanda discussão da própria estrutura de trabalho com o patronato, que está a subestimar os limites humanos por crer que o francês não é capaz de se matar no trabalho – de dar duro no emprego. No entanto, a cobrança por subir a produção e a ameaça de desemprego foi percebida como coação, que implicava em se matar de trabalhar. Atingindo o centro nervoso dos trabalhadores por tirar-lhes a segurança no emprego e provocando o sentimento generalizado de que a exigência de se matar de trabalhar levou a se matarem no trabalho. Uma cruel ironia que ratifica o famigerado mau humor francês.
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