Um aluno de 13 anos matou dentro do Instituto Joan Foster, em Barcelona, um professor de Ciências Sociais, de 35 anos, além de ferir duas professoras e dois estudantes, armado de uma besta (um tipo de arco e flecha de madeira ou de aço, montado numa coronha, cujas setas curtas são acionadas por um gatilho) e de um facão. O seu intento era primeiro disparar o míssil, para depois esfaquear mortalmente a presa abatida. O professor trabalhava no local há apenas duas semanas e, ao ouvir os gritos, correu para prestar socorro à professora atingida no rosto pela besta, e à sua filha apunhalada, de 13 anos, que estuda na mesma turma. O pequeno assassino não se deteve nem diante de seu amigo, e ainda desferiu uma facada em seu braço, até ser imobilizado por um professor de Educação Física. A escola desconhecia que ele necessitava de cuidados psiquiátricos, e tampouco ele tinha um histórico de mau comportamento. Porém, como tem menos de 14 anos – maioridade penal na Espanha para responsabilizá-lo criminalmente -, ele não será preso nem responderá a um processo penal pela eliminação do professor, cabendo apenas soluções educativas e familiares. Com os pais se perguntando onde foi que erramos. Que corretivo aplicar nessa idade? Deixá-lo solto seria uma temeridade para a sociedade. E que escola teria coragem para acolhê-lo e prosseguir em sua educação? Educação de que caráter? Se soluções de algibeira não há, como lidar com o problema? Se o garoto bem pode tentar se suicidar face ao assassinato vir a lhe pesar nas costas ou não suportar a aversão da sociedade, completamente despreparada para o holocausto diário que assoma à sua frente com carradas de imigrantes africanos morrendo afogados no Mar Mediterrâneo, em busca de abrigo na Europa para fugir à fome e à miséria que grassa em diversos cantões da África. Desgraça pouca é bobagem.
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