O sacerdote tcheco Jan Huss (1374-1415) estudou a grandeza da Criação e começou a ensinar aos seus discípulos que o inferno pregado pela Igreja era de um aparato e circunstâncias extraídas do paganismo. Talvez suscitado pelo Inferno de Dante (1265-1321). Ou seja, se virtude houvesse, muito principalmente por imposição do medo aos homens, o que lhe valeu a acusação de herege e a ser queimado na fogueira da Inquisição.
Predominava a religião que apregoa a guerra da conquista, a vaidade e a ostentação do status monárquico, o soberano acima de todas as coisas, em oposição ao maior dos tesouros legado por Jesus e esquecido: a humildade! O que confere a cada um não uma condenação ao inferno de penas eternas e nem a um paraíso de ociosidade, mas o resgate de todas as faltas e crimes nas diferentes encarnações, de acordo com o progresso que formos atingindo, até obtermos um nível de sabedoria que será utilizado no auxílio e assistência aos que se debatem à deriva e sem rumo nas trevas da ignorância, à procura de terra firme.
É quando Deus nos investe de Seus braços nessa dura missão, para fazermos no lugar Dele o que poderia fazer sozinho, a confirmar que Deus também existe dentro de nós e ratificar a tremenda confiança que Ele deposita em nós. Ou, se preferir a humildade, cada um de nós é uma partícula do Cosmo que não pode se deter na corrida para ser o favorito do Pai, quando somos todos irmãos que nos humanizamos na dor, em contato com essa doença invisível e generalizada que é a falta de fé.
Embora divirjamos na visão a respeito de nosso Pai, que não é una, provoca multifacetadas versões, ora severo e justo, ora cheio de amor para dar e a perdoar indistintamente, por vezes inspira dúvidas, mas Ele compreende quem delineia o Seu perfil por mal traçadas linhas. Sabe que o desamor é uma nuvem passageira, quer que O ouçamos, mas não quer que sejamos como Ele. Quer que sigamos nossa trajetória, pois está curioso em como nos desincumbiremos dessa encarnação, qual a colaboração que traremos para o mundo e como reagiremos às inúmeras vezes que duvidarão de ti, caro irmão, para testar sua fé no conjunto de sua obra.