Os 302 votos em favor do alagoano Arthur Lira para presidir a Câmara de Deputados confirmam os 300 picaretas que Lula, em 1993, cognominou a mesma Casa, segundo sua experiência como deputado federal constituinte. Quanto pior, melhor pra essa gentalha, que adora se servir de um governo fraco, sem rumo e homicida, à mercê de um impeachment, tal como o bando do Bolsonaro. É a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovando suas emendas corruptas. O chamado presidencialismo de coalizão. Para governar, os presidentes se entregam aos partidos, cedendo ministérios, cargos, sinecuras, prestígio, o que gera uma cadeia de corrupção institucionalizada. Em campanha, Bolsonaro prometeu acabar com essa pouca vergonha, mas já se sabia que era tudo mentira – menos para o seu gado, que é maria vai com as outras -, pois sua origem e percurso como parlamentar foram sempre fiéis ao baixo clero e a suas pautas sórdidas, nos inúmeros partidos em que se filiou, cuja trajetória desenhou-se como de uma podridão só. O Centrão é lobby, é conchavo, é propina, verbas preferenciais, variações de um samba de uma nota só. Parabéns, corruptos, vocês venceram outra vez! Nesta oportunidade, com um plus, as Forças Armadas e o general Heleno abraçando o projeto do Centrão, para quem se orgulha de ter promovido uma ditadura militar honesta e torturas bem a caráter. O Congresso continua a serviço do Centrão, para roubar e voltar na próxima eleição, graças ao caráter do rebanho que não distingue mais o pobre do rico, quem lhe quer bem do chicote, Deus do diabo. Nenhum presidente venceu até hoje esse câncer em nossas instituições. Caso contrário, não governa. Bolsonaro, que se julga malandro e espertalhão, dá como certo sua imunização quanto ao vírus do impeachment, garantido pelos doutores em politicagem. Salvo se aparecer uma nova cepa, algo corriqueiro na democracia.
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