É bem verdade que a internet, os blogs, o Twitter, o Facebook, as redes sociais de comunicação e novas tecnologias do gênero se alimentam do que a grande imprensa – hoje chamada de mídia – veicula. Graças ao jornalismo profissional estruturado para colher e checar informações que a vasta maioria dos blogs não possui. Em compensação, os blogs tentam neutralizar o poder de fogo da velha imprensa quando sua linha editorial fere a realidade e não especula a matéria sob outros ângulos, principalmente os que não interessam à política da casa ou por serem frontalmente contrários aos seus princípios. Afinal de contas, o jornal é também um órgão de opinião. Cabendo aos blogs explorar as contradições, as falsas verdades, os atos falhos, a inidônea isenção, o rabo preso, e tentar apagar o incêndio. Apesar de largamente experientes em selecionar e hierarquizar a informação, a velha imprensa não aprofunda algumas matérias ou não pega certas nuances que os blogs podem perfeitamente abordar sob nova faceta. Assim sendo, os blogs não só cumprem um papel de complementaridade à imprensa tradicional, como a criticam dentro de seu livre exercício de liberdade de expressão, inerente a ambos. Por ainda serem pigmeus dispersos na avalanche de informações, não cabe a Golias, encarnado nos grandes jornais nacionais, fazer valer sua força e sufocá-los. A denúncia de um David hoje repercute na internet, ao vivo e a cores. O que está em jogo é a credibilidade. David almeja crescer, mas não lhe passa pela cabeça se tornar um Golias. Quanto ao Golias, há que cuidar de sua imagem, sujeita a abalos por conta de verbas publicitárias com que o poder público procura influenciar a opinião do eleitorado. A fonte de renda que lhe permite independência financeira e que, ao mesmo tempo, pode tirar-lhe, se houver um tácito compromisso político.
Deixe um comentário