A ministra Cármen Lúcia não está satisfeita com as críticas que se fazem a ela e ao seu reino (Supremo Tribunal) nas redes sociais (jamais na mídia) – “inaceitável e inadmissível desacatarem e agredirem a Justiça”. A revolta gira em torno do comportamento passível de impeachment de Gilmar Mendes (e que nunca será executado) e da ditadura de Moro à frente da República de Curitiba no exercício de teses que malbaratam a ciência do Direito. E, recentemente, das sentenças combinadas dos desembargadores de segunda instância do TRF4 que aumentaram a pena de Lula somente para não permitir o cumprimento em regime aberto, tirando proveito do combate à corrupção, como nunca houve antes no Brasil, de modo a politizar suas decisões e esvaziar as medidas em favor da inclusão, da redistribuição de renda e do maior acesso à educação dos mais pobres. Como se não bastasse, Cármen Lúcia deu sua expressiva contribuição ao abastardamento do Poder Judiciário mantendo o mandato de senador de Aécio Neves pego em flagrante em sua rede de propinas e não o mandando para a prisão com seu voto de Minerva. Logo Aécio, perigoso traficante em sociedade com Perrela, achacador de milionários como o Friboi Joesley Batista, saindo com malas de dinheiro, e golpista que afundou o Brasil em crise, manobra a que a magnânima Corte tudo assistiu e a tudo se omitiu. Pois bem, a juíza suprema Cármen Lúcia teve o despautério de declarar que não aceitaria o apequenamento da Justiça para rediscutir o encaminhamento de Lula à masmorra (o destino dos condenados pelo regime de colegiado). E se fosse Aécio, em quem votou? E o livrou de uma desmoralização maior a qual, em curso, se processa. O mesmo Aécio que, se eleito fosse, desmontaria a máquina petista, tal como Temer tenta desmanchar. Sendo cristalinas as intenções e posicionamento político de Cármen Lúcia, com que moral fazer uso da expressão “apequenar a justiça”? Justiça que exige respeito por quem quer que seja, senão configura abuso de poder. Se falta moral a quem pretende dar lições de Moral à sociedade.
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