5×5, em dúvida, pró réu? Nunca! O ministro Celso de Mello é a grande esperança dos enlutados para encerrar o julgamento do mensalão não admitindo os embargos infringentes. Certamente não irá querer entrar numa lista negra encabeçada por Lewandowski. Mas se ele recentemente se declarou a favor, por escrito, do uso recursal dos embargos? E daí? Palavra de juiz supremo também volta atrás. Mas não é humilhante aceitar a pressão histriônica de Gilmar Mendes, cada vez mais parecido com Mussolini, que jogou com as pesadas palavras acusatórias do próprio Celso, sentenciando que o mensalão foi um atentado à democracia? Ou a pressão da raposa do Marco Aurélio, cínico e peçonhento? Que, igualmente com discurso político, se irritou com o ministro Barroso pelo fato de ele ter insinuado que alguns no plenário votavam pautados pelo que vai dizer a imprensa no dia seguinte. Por que Joaquim Barbosa finalizou a sessão, se havia tempo hábil para Celso de Mello se estender como gosta para votar, tendo em vista que o desejo de todos é pôr um fim na novela? Para dar lugar a mais pressão da mídia e o escorreito Joaquim Barbosa faturar prestígio com a falsa e a verdadeira elite, até por uma questão de resgate? Juízes supremos novatos ainda têm que comer muita grama e demonstrar que corromperam seus valores para serem convidados para esse baile. Celso de Mello é o decano que já se notabilizou em 1994 ao encarnar um dos que transformaram Collor em ficha limpa em julgamento para ser esquecido, entrando para a corriola que se renova a cada década reproduzindo a mesma técnica de julgar face à natureza aristocrática que caracteriza o colegiado – a glória de pertencer à Alta Corte. Ou seja, se todos, bem acomodados no Coliseu, exigem, com o polegar para baixo, a condenação, que se abram os portões para os leões famintos ingressarem na arena e devorarem os cristãos novos; decerto, o julgamento é político.