O discurso de Marina é de candidata. Vai passar por cima de Eduardo, que é capaz de fazer o papel de Belo Antonio (personagem de Marcello Mastroianni no filme de mesmo nome que não era de nada), com seus belos olhos: “a marca do governo petista é a do retrocesso e o modelo já se esgotou; não tem mais para onde ir”. Defende com unhas e dentes cumprir as metas do tripé macroeconômico superávit primário, câmbio flutuante e inflação, exaltado pelos tucanos como de sua lavra, acusando Dilma de negligência nesse aspecto. Soa como música para o eleitor de direita e do PSDB, se tiver que abandonar Aécio e votar útil em Marina, se ela fosse candidata e não tivesse Eduardo Campos para atrapalhar. Se Marina na cabeça, e no 2º turno, o alinhamento tucano será automático para destronar o PT – quem garante é o colunista Merval Pereira, especializado em interpretar o sentimento tucano. É o voto marcado para matar o PT, a ser dado pelos mesmos cidadãos que, sem dó nem piedade, discriminaram Marina por suas origens, quando ministra do Meio Ambiente no governo Lula, alvo também do mesmo bombardeio. Passou-se a borracha e convém a falta de memória, danem-se os escrúpulos! Voto pragmático, e não programático, como quer Marina, que pouco se interessa de onde vem o voto ou se ele é hidrófobo. O casamento perfeito. Um feito pro outro.
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