Os militares, a partir do golpe de 64, perseguiam os chamados por eles de subversivos (os que atentavam contra a ditadura) para sequestrar, torturar e acabar por executar quase todos. Já os militares de hoje, acoitados na cúpula do poder, tentam subverter a ordem. A ordem inerente à democracia e aos poderes constituídos legalmente para enquistar Bolsonaro no papel de ditador de uma republiqueta. Tendo em vista que as Forças Armadas estão sendo cooptadas pelo presidente da República para atacar e desacreditar o processo eleitoral. Disseminando a intriga, a desconfiança, a insegurança, o tumulto atrás de tumulto. Até para dispersar a atenção dos assuntos que realmente importam e que o capitão Bolsonaro não sabe ou não quer resolver. Consiste na prática de inventar solertes e falsos dilemas, demandando explicações ao TSE sobre supostos riscos e fragilidades no sistema eleitoral, para encostar o primado de magistrados na parede. De forma a posteriormente poder alegar que não enxerga medidas concretas diante do caudal de denúncias revestidas de uniforme militar de guerra que, aliás, revelam uma total falta de conhecimento do generalato incumbido de se aprofundar em matéria que não é da sua alçada. Falta essa também flagrante constatada na gestão do general Pazuello no enfrentamento da pandemia no comando da Saúde Pública. Deixando-nos boquiabertos com a crescente inaptidão das Forças Armadas, seja na área da inteligência, estratégia, logística e/ou intendência, para não falar da psicopatia, nada aprendendo dos 21 anos que ficaram à testa do Brasil, já que o militar da ativa hoje presta obediência incondicional ao pior presidente que o país já teve, que, por sua vez, explora os inocentes úteis que ainda acreditam na lealdade, como valor de caserna – ou seria adesão à causa da ditadura? Causa, sim, decepção, no cuidar da coisa pública pelos militares. Melhor que se restrinjam aos quartéis, em vez de ficarem matutando golpe e ditadura, se isso já passou do tempo, completamente ultrapassado no século XXI, mesmo porque não enganam mais ninguém, pelo fato dos golpistas virem sempre associados à corrupção ou à exploração de grupos que querem assaltar o poder.
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