Patético é desconhecer as regras do jogo. Pelo Estatuto do Torcedor, o mandante do jogo (Atlético Paranaense) era o responsável pelo que ocorresse no perímetro de 5 km no entorno do estádio do Joinville. Imagine dentro! Se os poderes públicos de Santa Catarina entendem que futebol é uma festa como outra qualquer e os seus responsáveis que cuidem da segurança do evento, deslocando-se a Polícia Militar para onde ela seja mais necessária, os catarinenses que arquem com as consequências, agora com três clubes na Primeira Divisão. Se o Atlético Paranaense não providenciou a segurança indispensável para um jogo de tamanha importância (ambos disputavam classificações), cuja torcida estaria em superioridade numérica na proporção de dez para um, é porque negligenciou, para não dizer que foi conivente com a invasão desencadeada pelos seus valentões. A torcida do Vasco se encolheu junto a um gradil, atrás de uma das balizas da Arena de Joinville (arena, só se for de gladiadores!), em franca inferioridade, até que saíram em defesa os marginais de sempre que existem em qualquer torcida, que se houveram melhor na refrega e proporcionaram um dos mais sérios castigos já infligidos por uma torcida visitante à local, através de autênticas cenas de barbárie que chocaram o Brasil e o mundo, e por isso mesmo com o Vasco merecendo ser inculpado, até por financiar essas chamadas torcidas jovens – por sinal, os únicos presos até agora. O Vasco da Gama pleiteia não ser rebaixado, ganhando os pontos da partida com base no juiz ter aguardado os ânimos serenarem depois do massacre ocorrido, se é que isso é possível, ultrapassando, e muito, o prazo limite para reiniciar o jogo, quando deveria ter suspenso a partida por absoluta falta de condições psicológicas. Na verdade, já que não se pode contestar a derrota em campo, o Vasco deseja não perder os anunciados 20 mandos de campo, que lhe custarão caro na disputa para voltar à Primeira Divisão – vão-se os anéis, mas ficam os dedos. Se o vexame de cair já envergonha, imagine começar por baixo. O Vasco não é clube pedante para se arrogar em dar um passeio na Série B em 2014 e já, já, estar de volta. Ou afirmar que elevará o nível da Segunda Divisão.
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