Pinochet III, neto do Pinochet – a origem do holocausto chileno -, defendeu a liberdade de expressão para exibir um documentário em louvor ao Hitler chileno e contar sua versão para o regime de terror implantado por seu avozinho querido. Salienta que o Chile hoje é um país civilizado e democrático, não cabendo mais um novo confronto para impedir que se preserve a herança da ditadura pinochetista, tal como ocorreu nesse domingo chuvoso em Santiago. Quando lhes interessou mandar o povo se calar para seu avô ficar rico às custas da repressão e do genocídio, se dizia que havia a ameaça comunista para justificar o extermínio em massa. A indústria do anticomunismo proliferou com avanços na economia que privilegiaram a eficiência e o lucro em detrimento da justiça social, cercada de segurança que iria proteger os ricos contra os pobres que estavam em vias de assaltar as ruas cobertas de miséria. Isso vale também para o Brasil, que ficou sem um deus da carnificina para proteger os torturadores, que não conseguem se calar no afã de sua versão canalha da História ser encampada pelo inexorável tempo, o fiel da balança, depois que todos estivermos mortos. Essas ratazanas são desprovidas de cérebro e ignoram que a memória vai registrando os fatos de nossa existência como um todo, ativada por um grau de consciência que ainda desconhecemos, mas que desconfiamos de onde vem, em compasso com o distanciamento histórico. O que esperar dessa gente se não têm consciência, a julgar pelo que fizeram e por não temerem o que está guardado pra eles?