Carnaval é bom porque não cabe censura, pode se dizer o que quiser, tomar um porre de felicidade e comprar na rua da Alfândega a máscara da governadora do Rio. “A máscara diz mais que a face”, segundo Oscar Wilde, processe-o Rosinha! O bloco “Simpatia quase Amor” revela os dois pentelhos que nos incomodam: velho assanhado e menino precoce.
O único mito que ainda se respeita é Jesus Cristo, quando o marketing de sua imagem, através das escolas de samba, ampliaria a leitura de sua trajetória ao sabor da interpretação de carnavalescos que transformaram em pó a tese do samba do crioulo doido – Joãosinho Trinta, à frente, o papa do samba, o nosso João de Deus.
Na verdade, o Carnaval foi aberto em Porto Alegre no Fórum Social Mundial, com carros de som que entoavam coros como “Ô Lula, cadê você, o seu governo é igual ao FHC” e “Ô Lula, que papelão, não acabou com a fome e dá dinheiro pro patrão”.
Inebriado com os salões do poder, Lula confunde Kirchner com Menem, a exemplo do que faziam presidentes americanos com Brasil e Argentina. Sem se dar conta que a política econômica enterrou o conceito de companheiro. Como comandante da cruzada contra a fome num país de obesos, chamou a tsunami de “vendaval que deu na Ásia”. Em ritmo de carnaval paulista, só falta trocar as bolas abraçado ao Washington Olivetto, chamando Tevez, do Corinthians, de Maradona.
De olho na eleição para a presidência da Câmara e valendo-se das mulheres dos deputados como cabo eleitoral, o pernambucano Severino Cavalcanti reclama do povo que os trata com desprezo e desdém, quando se encontram sem condições de arcar até mesmo com as despesas básicas, sacrificando suas famílias. Foram 40 anos de vida pública pagando dívidas de campanha, adotando filhos e netos do toma lá, dá cá. Saudades do Carnaval dos tempos de Calígula!
O corporativismo do jornalismo mereceu a homenagem do bloco “Imprensa que eu gamo”, através do americano que não entende de garota de Ipanema nem gosta de cachaça, e muito menos do nosso presidente. Larry Rother bem que merecia cartão vermelho, mas se ele for gay, o paraíso é aqui, “vem descobrir o feitiço dessa gente”, singrando em mares bravios… construindo o futuro – o enredo da Unidos de Vila Isabel.
É carnaval o ladrão armado invadir a casa de William Bonner e Fátima Bernardes e não reconhecê-los. Só pode ser brincadeira não saber o que fazem os apresentadores do Jornal Nacional. Não se admite analfabetismo televisivo num país que se orgulha de ser o maior produtor de novelas do mundo..
O mundo não teria desabado sobre a cabeça de Luma de Oliveira, se ela tivesse a coragem da Vera Fischer. Se paga um preço alto para se casar de véu e grinalda. É o momento em que o carnaval e o amor, juntos, num abraço amargo, choram as mágoas. De uma pureza d’alma perdida.
Quando o sonho de todo bebum é virar gênio para morar dentro da garrafa.
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