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PALAVRA FINAL É A DO JUIZ GILMAR MENDES SOBRE A AUTORIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

O juiz supremo Gilmar Mendes é uma inteligência privilegiada que não pode desconhecer ser a extradição um ato de soberania nacional e de política externa, conduzida exclusivamente pelo chefe do Executivo. Portanto, questionar se Lula tinha o direito de tomar a decisão final na extradição de Cesare Battisti é um absurdo. Assim como foi um contrassenso o tribunal ter autorizado a extradição do ex-ativista italiano em 2009, mas dando a palavra final ao presidente da República. Aberração maior protagonizou Gilmar Mendes ao não admitir que Lula batesse o martelo em contrário do que entendeu o STF em 2009 – o Poder Judiciário reduzindo o papel do Poder Executivo a vaquinha de presépio. Quando, segundo o tratado de extradição firmado entre Brasil e Itália, um dos países pode se recusar a extraditar se houver risco de perseguição ao réu em seu país de origem. O que é destituído de sentido na democracia de Berlusconi, que acusa a justiça italiana de estar infestada de esquerdistas aos moldes soviéticos e padecer de câncer. O que está em jogo, como sempre, é uma disputa ideológica entre a corrente de pensamento de esquerda e a de direita no Brasil, que quer mandar o maledetto extremista de volta à Itália para cumprir pena de prisão pela morte de quatro pessoas na década de 70. Que saudade do tempo da Guerra Fria em que se mantinha comunista à margem da sociedade! E pensar que agora eles estão no poder a desafiar a Justiça que se orgulha de se sentir no direito à palavra final.

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Antonio Carlos Gaio
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