Após quase 12 horas de sabatina, o juiz Luiz Edson Fachin foi preliminarmente aprovado por 20 votos contra 7 para ocupar o lugar de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Uma verdadeira tortura, bem ao caráter atual de hipócritas tucanos em aliança com conservadores golpistas, que temiam uma ação entre amigos ou partidarizar o Supremo, mesmo depois das demonstrações dadas por Joaquim Barbosa durante o julgamento do mensalão, apesar de considerado um juiz petista quando foi escolhido. Entretanto, nunca antes houvera uma contestação mais virulenta como a lançada sobre as costas de Fachin, acusando-o até de ser a favor da bigamia e pertencer às hostes do MST, contra o direito à propriedade, exigindo dele a profilaxia asséptica de nunca mais fazer uso de mãos sujas para apoiar candidatura petista, abstraindo-se da inconveniência de reconhecer que o cidadão é, antes de tudo, um ser político – e que o ser apolítico é o caminho mais curto para a desinformação e alienação. Mais do que censurar a indicação, tentou-se difamar sua biografia e denegrir a moral de um jurista, no papel de ferozes censores, chegando a compará-lo com a famosa declaração de FHC: “esqueçam o que escrevi!”. Obrigando-o a submeter-se ao credo da bancada evangélica de declarar-se contra o aborto, contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra a liberação da maconha. Uma verdadeira caça às bruxas macarthista que, se não fosse a fama de que o Brasil goza a respeito da palavra de político e da mídia – são manifestações voláteis sem a menor consistência, que tendem a desintegrar-se no inferno -, mereceria uma reação à altura da velhacaria por trás desse jeito supostamente sério do PSDB de se mostrar para a plateia dita civilizada, educada e culta. Sendo o senador paranaense e tucano Álvaro Dias seu patrono.