Agora pouco importa se foi ou não a mando de Serra que Kassab quebrou o sigilo de Palocci e revelou os 20 milhões faturados por ele em sua consultoria – a bússola da ética sempre aponta para o norte dos interesses em jogo. A oposição rompeu com o falso paparico ao governo Dilma e tirou Lula do silêncio a que se impôs. Fala Palocci! Se não teve a exata noção do risco político que sua atividade empresarial acarretou para o governo Dilma, o melhor é o seu afastamento. Seria necessária uma boa-fé de filho que vê no seu pai um herói para acreditar que não houve tráfico de influência. Sua atuação junto a empresas privadas para intermediar seus interesses no governo, mesmo somente como deputado federal, contrasta violentamente com a pobreza ter levado mais de 3 séculos para entrar na pauta política do Brasil através de Lula e agora de Dilma – sempre faltou vontade política para vencer a discriminação gerada pela escravidão. O mutismo de Palocci encheu de gás a senadora tocantinense, Kátia Abreu, a líder dos “com muita terra”, que não deu a menor importância à série de assassinatos de líderes ambientalistas no Pará, Amazonas e Rondônia nos últimos 10 dias, provocados pela aprovação vergonhosa do Código Florestal na Câmara, que abriu a porteira para o desmatamento e foi entendido como código para matar. Kátia considera a mega-ação policial denominada Operação em Defesa da Vida, desencadeada pelo governo Dilma em resposta, na qual até as Forças Armadas participarão, como uma estratégia para confundir a opinião pública e desviar sua atenção da crise envolvendo Palocci: “faz parte da cultura do Brasil assassinatos ocorrerem todos os dias em todos os lugares do país, com velocidade muito maior”. Quando a Comissão Pastoral da Terra apresentou uma lista com 1.800 pessoas do campo marcadas para morrer. Palocci é fácil resolver – põe-se outro no seu lugar. E quanto à exploração desenfreada da terra, que mata e desmata, além de aniquilar a Terra?