Há quem procure evitar não ser mais machucada pelo amor, negando sua presença. Ou seria onipresença? Se sem esse amor, sofre por sua ausência, sente ciúmes de quem dele se aproxima. Quer saber com quem anda, quais são suas intenções, se é sério ou de brincadeira.
De que adianta? Se for de brincadeira, então tem tudo para ser levado a sério. Que perigo! Vê-lo escorrer por entre seus dedos e desaparecer de vista. Mas não da mente. Como impedi-lo de aparecer em seus sonhos? Mostrando-se sempre presente e atuante tal como no primeiro dia em que o encontrou ao virar a esquina e ambos se esbarrarem um no outro, indo ao chão. Os dois.
No chão foi que se perceberam um ao outro, se examinaram de cima a baixo, e… tarde demais! O amor contaminou o espírito de ambos. Contudo, ele nunca foi inteiramente dela, embora ela alimentasse esperanças de caráter imorredouro. Um carma a ser resgatado, afinal de contas, os destinos se cruzaram.
Se a relação de amor não vingou, a atração física permaneceu. No entanto, era preciso mais, para se enraizar e dar frutos. A árvore não tornou-se frondosa, porém manteve-se firme, intacta, à espera de novos ares para inspirar fé num futuro mais promissor.
Até que ela julgou ser inútil esperar e decidiu não mais se verem, apenas se telefonarem, para não mais se machucar. Como se tudo pudesse estar sob seu controle. Criando um impasse com a suposta solução. Ao condicionar seu espírito à materialidade do amor. Deixar de ver seria melhor do que enxergar o amor de corpo presente com a alma pulsando. Para não se machucar.
Optou pela cegueira, mantendo-se fiel à lembrança de um amor inesquecível. Não observando o sistema inteligente que regula nosso corpo físico ao dispor de uma infinidade de olhos, pontos sensíveis e alarmes para alargar nossa visão. Inacessíveis ao trânsito da maior parte do gênero humano, mas da alçada de seu Espírito, desde que a fé se irradie e se consolide de tal forma que lhe permita conversar com sua espiritualidade e desenvolver seu potencial para expandir sua consciência.
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